Transição planetária: falácia ou realidade?

Muito se fala sobre uma suposta transição planetária, um momento de grande transformação global que traria um “mundo regenerado”. Porém, antes de mergulharmos nesse conceito, é crucial refletir sobre os elementos que compõem essa narrativa, sua origem, seus objetivos e o impacto que isso causa em nossa percepção coletiva da realidade. Este artigo não busca descartar nem endossar o fenômeno, mas sim oferecer uma análise que respeite o texto original e as reflexões apresentadas.


O Que é a Transição Planetária?

A transição planetária é descrita como um período de mudanças profundas na consciência coletiva da humanidade, geralmente associada a um plano espiritual ou energético. Essa ideia é promovida por várias correntes espiritualistas e teorias esotéricas que defendem que estamos saindo de um estágio de provas e expiações para um estágio de regeneração.

Contudo, como apontado no texto original, há um argumento instigante: “A mudança já aconteceu, mas estão impregnando medo em vocês para se manterem em destaque e ganhando seu vintém.” Essa perspectiva questiona a necessidade de criar uma sensação de caos iminente para justificar a transformação. Em vez disso, sugere que essas mudanças já estão em curso há muito tempo, de maneira natural e intrínseca à evolução humana.


Egrégoras e Manipulação Coletiva

Um ponto intrigante levantado é o uso das egrégoras como ferramenta de controle. Egrégoras, frequentemente descritas como “formas-pensamento” geradas pela energia coletiva, são criadas e alimentadas pela repetição de crenças e emoções compartilhadas. Isso levanta uma questão importante: até que ponto essas egrégoras são espontâneas e até que ponto são manipuladas?

A resposta pode ser desconcertante: o medo é frequentemente usado como combustível para essas estruturas. Como mencionado, “O medo e a sensação de terem informações privilegiadas tornam-se a base para um controle coletivo.” Isso cria um paradoxo: enquanto os adeptos dessas ideias acreditam estar despertando para uma nova era, podem estar sendo manipulados por sistemas criados para manter o controle sobre suas mentes e emoções.


Quem Está Moldando Essa Realidade?

Uma questão fundamental é: quem está no controle? O texto original sugere que a realidade apresentada é um “curral de expectativas”, onde o medo do futuro é usado como ferramenta de manipulação.

Essas narrativas apocalípticas, frequentemente promovidas por líderes ou grupos espiritualistas, visam ganhar notoriedade e influência. Ao promover a ideia de que apenas eles possuem as respostas ou a “verdade”, criam uma dependência emocional e espiritual nas pessoas. Como destacado: “Pretendem obter grande notoriedade a fim de seus propósitos mais obscuros, induzindo a humanidade a uma revolução colorida sem pretextos maiores.”

Essa realidade moldada pelo medo não incentiva o crescimento coletivo, mas sim um estado de estagnação mental e emocional, onde a população permanece à mercê dos “portadores da boa nova”.


A Falácia do Pensar Fora da Caixa

A ideia de “pensar fora da caixa” tem sido amplamente usada para descrever o despertar espiritual ou intelectual. Contudo, como apontado no texto, muitas vezes isso não é nada mais do que uma troca de uma forma de controle por outra. O verdadeiro pensamento crítico exige mais do que aceitar novas ideias; requer questionar a origem e os motivos por trás dessas ideias.

A nova era ou transição, apresentada como algo revolucionário, muitas vezes não passa de uma reciclagem de antigas narrativas de manipulação. Isso é evidenciado pela propagação de mensagens baseadas no medo e na destruição iminente, criando um estado de ansiedade coletiva.


Falácias Sobre Javé e o “Deus Caído”

Outro ponto relevante é a interpretação de Javé, ou Deus, como um “Deus caído”. O texto aponta que essa visão é simplista e muitas vezes usada para fomentar divisões ou criar uma narrativa conspiratória. Aqui, vale destacar:
“Calculem vocês um pouco sobre essa afirmação. É ridículo inventarem seres que nos controlam para nos controlar.”

A reflexão nos leva a pensar que a criação de figuras divinas como vilões pode ser apenas mais uma ferramenta de manipulação, onde o objetivo é dividir as pessoas e desviar a atenção das questões mais importantes.


O Verdadeiro Despertar

O que seria, então, um verdadeiro despertar? O texto original traz uma reflexão profunda sobre a necessidade de compaixão e empatia. A frase “Vos sois deuses” destaca a importância de reconhecer a divindade dentro de cada um de nós. O despertar não está em seguir líderes espirituais ou acreditar em narrativas apocalípticas, mas em cultivar o autoconhecimento e a capacidade de pensar de forma independente.


Conclusão: Reflexão e Discernimento

A transição planetária pode ser vista tanto como uma oportunidade quanto como uma armadilha. A mensagem central do texto é clara: devemos nos precaver contra narrativas baseadas no medo e buscar uma compreensão mais profunda da nossa realidade. Como seres humanos, temos a capacidade de moldar nosso destino, mas isso requer discernimento, autoconhecimento e coragem para questionar tudo, inclusive nossas próprias crenças.

Que estejamos atentos às armadilhas da manipulação e focados na construção de um futuro baseado em empatia, verdade e liberdade. Afinal, como bem dito, “Pensar fora da caixa não é novo. Não é de hoje. E não existem novidades.” O que realmente importa é como escolhemos agir diante disso.